PAI NOSSO

[...] é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si.

Referência: 
O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro da 3a ed. francesa rev., corrig. e modif. pelo autor em 1866. 124a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004..

Irmãos; a oração dominical é a síntese e a chave da doutrina pregada pelo que morreu na cruz. É um símbolo – uma profissão de fé essencialmente cristã – um respeitoso tributo de gratidão e adoração ao Ser Supremo – a expressão do desejo mais ardente do coração humano: o desejo da eterna felicidade – a confissão de nossa inferioridade, de nossa debilidade, de nossas misérias, acompanhadas de uma humildade e espontânea submissão à divina vontade. É também, muito particularmente, a fórmula mais pura e expressiva da lei da caridade, única do Universo moral, e uma doce imitação de Jesus Cristo. [...]

Referência: 
Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos. 9a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005..

A oração dominical é, sem dúvida, o mais perfeito modelo de prece que poderia ser concebido.

Referência: 
O Sermão da Montanha. 16a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006..

Pai nosso: – nosso Criador, de quem todos provimos; – que estás nos céus: – que estás tão acima de todas as criaturas humanas, tão elevado, que tens por morada o infinito, dentro do qual não te podem descobrir os nossos olhos impuros. Santificado seja o teu nome: – que cada uma das tuas criaturas te bendiga o nome; – que, por seus atos e pensamentos, todas demonstrem até que ponto honram a poderosa fonte donde provieram; – que em seus corações nada exista capaz de ofender aquele que é a pureza absoluta. Venha o teu reino: – que todos os homens se submetam à tua Lei; – que conheçam e abençoem o manancial donde tiraram a existência. A tua vontade seja feita, assim na Terra como no Céu: – que todos os homens, submissos às leis imutáveis que lhes impuseste, as pratiquem com amor, com reconhecimento, tendo por escopo honrar-te e glorificar-te, do mesmo modo que os Espíritos bem-aventurados se submetem às tuas vontades sublimes, felizes por serem delas humildes instrumentos executores. Dá-nos hoje o pão de cada dia, o pão que está acima de qualquer substância: – concede-nos, Senhor, cada dia, os alimentos necessários à existência material que nos deste; – que esses alimentos não nos proporcionem mais que o sustenta preciso, sem contribuírem de maneira alguma para alentar os nossos apetites grosseiros; – faze, Senhor, que, sustentados por esse alimento passageiro, possamos implorar eficazmente e receber o pão da vida, único que nos levará aos pés da tua eternidade. Perdoa as nossas dívidas como perdoamos aos nossos devedores: – que a tua bondade se estenda por sobre nós, criaturas ínfimas, sempre rebeladas contra as tuas sublimes vontades; – perdoa-nos a nós que tantas vezes temos falido e falimos a cada segundo da nossa vida; – que a tua misericórdia se derrame sobre nós, Senhor. Mas, como o amor e o perdão são lei na nossa existência, se deixarmos de a praticar, que a tua justiça se exerça sobre nós, pois nos disseste, pela boca do teu celeste enviado, nosso Mestre, governador e protetor do nosso planeta: Amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam; abençoai os que vos amaldiçoam [...]. E não nos deixes entregues à tentação: – dá-nos, bom Deus, força para resistirmos aos maus instintos da nossa natureza tão má; – fortalece-nos a coragem, revigora-nos as energias tantas vezes abatidas; – que o teu pensamento erga permanente e intransponível barreira entre o pecado que tanto te desagrada e os teus servos indignos, mas desejosos de merecerem as tuas graças, a fim de que possamos levar a cabo as nossas provações terrenas, sem fraquezas nem desfalecimentos. Livra-nos do espírito do mal: – permite, Senhor, que, cercados pelos bons Espíritos, submissos a seus conselhos, inspirações e ensinamentos, consigamos pela pureza dos nossos corações, afastar os maus Espíritos, que tentam incessantemente apoderar-se de nós e que freqüentemente nos arrastam para o mau caminho [...]. Assim seja, pois que te pertencem o reinado, o poder e a glória: – só tu, Senhor, és grande, pois que estás acima de tudo, és o único criador de tudo que se move no espaço infinito, és onipotente na imensidade, és nosso juiz supremo, nosso soberano, nosso rei bem-amado; – a ti as homenagens dos nossos corações, a ti os nossos cânticos eternos; – faze, Senhor, que bem cedo nos seja dado unir nossas vozes às dos Espíritos bem-aventurados que celebram a tua glória, a tua grandeza e, sobretudo, a tua bondade infinita [...].

Referência: 
(Coord.). Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação. Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés. Trad. de Guillon Ribeiro. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988. 4 v..

Assim, na oração dominical encontra o homem a verdadeira e única fórmula da sua reabilitação, [...] compreende ele a lei sublime do perdão e da caridade, convencendo-se de que sem ela não lhe é possível a salvação, por mais brilhantes que sejam as lentejoulas, as formalidades de qualquer culto a que se filie.

Referência: 
Jesus perante a cristandade. Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio. Org. por Pedro Luiz de Oliveira Sayão. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005..
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