Muita razão teve Einstein para pronunciar as memoráveis palavras com que saudou o grande Max Planck. Disse ele: – “Há muitas espécies de homens que se dedicam à Ciência, nem todos por amor à própria Ciência. Alguns penetram no seu templo porque isso lhes dá ocasião de exibir os seus talentos especiais. Para essa classe de homens, a Ciência é uma espécie de esporte, em cuja prática se regozijam, como o atleta exulta no exercício da força muscular. Há outra casta, que vem ao templo fazer ofertório dos seus cérebros, movida apenas pela esperança de compensações vantajosas. Estes são homens de Ciência pelo acaso de alguma circunstância que se apresentou por ocasião da escolha de uma carreira. Se a circunstância fosse outra, eles se teriam feito políticos ou financistas. No dia em que um anjo do Senhor descesse para expulsar do templo da Ciência todos aqueles que pertencessem às categorias mencionadas, o templo, receio eu, ficaria quase vazio. Mas restariam alguns fiéis – uns de eras passadas e outros do nosso tempo. A estes últimos pertence o nosso Planck. E é por isso que lhe queremos bem”.
Referência:
SANT’ANNA, Hernani T. Universo e vida. Pelo Espírito Áureo. 6a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 2