Como já dissemos, o hipnotismo moderno deriva diretamente do mesmerismo. Havia necessidade de substituir o nome – magnetismo – que feria suscetibilidades científicas e filosóficas. Mesmer, embora materialista, baseava sua teoria no fluido universal, que, segundo afirmava, é de uma sutileza sem comparação e que penetra todos os H corpos. Essa matéria sutil é o agente do magnetismo. Tal concepção não soava muito bem aos ouvidos dos homens de ciência, que nela viam algo de sobrenatural. Mas como os fenômenos não podiam ser contestados ou negados, não havia como mudar-lhes o nome e atribuir-lhes outra causa. Isso foi conseguido pelo sábio inglês com a denominação de hipnotismo, embora não abrangendo toda a ordem de fenômenos realizados pelo magnetismo. Destarte, Braid pôde definir o estado hipnótico como sendo “o estado particular do sistema nervoso, determinado por manobras artificiais, tendendo, pela paralisia dos centros nervosos, a destruir o equilíbrio nervoso”. (James Braid – Neuro-hipnologia, Tratado do sono nervoso ou hipnotismo). O temor reverencial dos doutores com assento nas academias estava por esse modo desviado. Nada de fluidos, nada de matéria sutil, nada de agentes sobrenaturais, mas um estado fisiológico causado pela destruição do equilíbrio nervoso – eis o que é o hipnotismo. Ficou assim prestigiado o hipnotismo através dos tempos pela ciência oficial e relegado o magnetismo com os seus passes, as suas imposições e os seus fluidos para o monturo das teorias condenadas como obra do charlatanismo...
Referência:
MICHAELUS. Magnetismo Espiritual. 9a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 2