Charles Richet, o criador da Metapsíquica, dividiu em quatro períodos a evolução histórica dos chamados fenômenos ocultos. Período mítico, que se estende desde a Pré-história até o médico vienense Anton Mesmer e sua teoria sobre o Magnetismo Animal, em 1778. Período magnético, interregno para o advento do Espiritismo. Introduz a noção de fluido, e sua escola também é denominada de Fluidista. [...] A vertente fluidista sofreu continuidade através do Espiritismo, principalmente depois dos fenômenos de Hydesville, protagonizados pelas irmãs Kate e Margaret Fox. Na Europa ocorreu a epidemia das mesas girantes, que culminou com a sistematização feita por Allan Kardec, em 1857, com a edição de Le Livre des Sprits – Écrit sous la dictée et publié par l’ordre d’esprits supérieurs. Todavia, o Espiritismo teve pouca repercussão científica, evoluindo para o campo predominantemente religioso e filosófico. Esse movimento tão amplo e vasto foi registrado por Sir Arthur Connan Doyle, o genial criador do personagem Sherlock Holmes, em sua magistral obra História do Espiritismo. Ao publicar O Livro dos Espíritos, Allan Kardec julgou a ciência [...] “incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo” [...] (Livro dos Espíritos, FEB, págs. 28 e 29). Mas concluiu que os sábios acabariam por se render à evidência dos fatos (idem). O período científico começou com os trabalhos de Sir William Crookes, ao estudar os médiuns excepcionais Daniel Home e Florence Cook. Esse período pode ser subdividido em duas etapas: o período da Metapsíquica de Charles Richet e o período parapsicológico, com as rigorosas experiências de J. B. Rhine, da Duke University.
Referência:
BALDUINO, Leopoldo. Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. - cap. 4