Antes de tudo, convém considerar que a fé, em muitos casos, é apenas um estado emocional, não é o resultado de uma experiência vivida ou de noções bem esclarecidas. A Doutrina Espírita, como se sabe, sustenta a necessidade da fé raciocinada. Os racionalistas puros certamente hão de estranhar a posição espírita, pois alguns deles chegam a dizer que a fé e a razão nunca se identificam, são conceitos incompatíveis. Acham, portanto, um despropósito a fé raciocinada, uma vez que a fé, segundo entendem, é a antítese da razão, pois a fé não admite raciocínio. No entanto, a Doutrina Espírita concilia as duas idéias nos justos termos. A fé raciocinada, justamente a fé inabalável, como diz Allan Kardec, não se confunde com a simples crença, que veio pela tradição, como se fosse uma herança dos antepassados, mas nunca se deteve no exame dos fatos ou em ponderações críticas. É a essa crença comum, crença indefinida e sem base, que geralmente se chama de fé. [...]
Referência:
AMORIM, Deolindo. Análises espíritas. Compilação de Celso Martins. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 4
Ver também
Convicção espírita
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