Tendo-se em conta que o manifestarem-se de súbito no homem faculdades supranormais, muitíssimo superiores às normais, não pode ser atribuído ao fato de que um trauma na cabeça, um delírio febril, um estado comatoso, ou uma inalação de éter as tenham criado do nada, forçoso será se deduza que tais faculdades existem, em estado latente, nas subconsciências de todos e que os estados traumático, febril, comatoso, determinando no indivíduo um enfraquecimento ou uma parada temporária das funções da vida de relação, chegam a criar uma condição favorável a que as ditas faculdades surjam, também temporariamente. Por outras palavras: as faculdades da subconsciência, em virtude da sobrevinda parada, teriam meio – por assim dizer – de infiltrar-se pelas comissuras que se abriram no diafragma que as separa das faculdades psíquicas conscientes e de irromper no campo da consciência normal.
Referência:
BOZZANO, Ernesto. Animismo ou Espiritismo: qual dos dois explica o conjunto dos fatos? Trad. de Guillon Ribeiro. 5a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. - cap. 1