Espiritismo de A a Z, Sistema de consulta e pesquisa sobre o espiritismo, reúne 2.000 vocábulos e 6.500 definições e conceitos.

FEB - Federação Espírita Brasileira - Dedicada a servir e a difundir a Doutrina codificada por Allan Kardec

Espiritismo de A a Z - Sistema de consulta e pesquisa, reúne 2.000 vocábulos e 6.500 definições e conceitos.

Formulário de pesquisa de vocábulos e conceitos espiritas por termo.

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Espírita verdadeiro

Entre os espíritas reais – os que constituem o verdadeiro corpo dos aderentes – há certas distinções a fazer. Em primeira linha deve-se colocar os adeptos de coração, animados de uma fé sincera, que compreendem o objetivo e o alcance da Doutrina e lhe aceitam todas as conseqüências para si mesmos; seu devotamento é a toda prova e sem segunda intenção; os interesses da causa, que são os da Humanidade, lhes são sagrados e jamais os sacrificam a uma questão de amor-próprio ou de interesse pessoal. Para eles o lado moral não é simples teoria: esforçam-se por pregar pelo exemplo; não só têm coragem de sua opinião: disto fazem uma glória e, se necessário, sabem pagar com sua pessoa. Em seguida vêm os que aceitam a idéia como filosofia, porque lhes satisfaz à razão, mas cuja fibra moral não é suficientemente tocada para compreender as obrigações que a Doutrina impõe aos que a assimilam. O homem velho está sempre lá e a reforma de si mesmos lhes parece uma tarefa por demais pesada; mas como não estão menos firmemente convencidos, entre eles encontram-se propagadores e defensores zelosos. Depois há pessoas levianas, para quem o Espiritismo está todo inteiro nas manifestações. Para estes é um fato, e nada mais; o lado filosófico passa despercebido; o atrativo da curiosidade é o seu principal móvel: extasiam-se perante um fenômeno e ficam frios diante de uma conseqüência moral. Finalmente, há o número ainda muito grande dos espíritas mais ou menos sérios, que não puderam colocar-se acima dos preconceitos e do que dirão, contidos pelo temor do ridículo; aqueles que considerações pessoais ou de família, com interesses por vezes respeitáveis a gerir, de algum modo são forçados a manter-se afastados. Todos esses, numa palavra, que por uma causa ou por outra, boa ou má, não se põem em evidência. A maior parte não desejaria mais do que se confessar, mas não ousam ou não podem. Isto virá mais tarde, à medida que virem outros fazê-lo e que não houver perigo; serão os espíritas de amanhã, como os outros são os da véspera. Todavia, não se pode exigir muito deles, porque é preciso uma força de caráter que não é dada a todos, para enfrentar a opinião em certos casos. É preciso, pois, levar em conta a fraqueza humana. [...]

Referência:
KARDEC, Allan. Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita. Org. por Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 21

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