[...] é aquela que, num processo contínuo, se estende por toda a vida, procurando desenvolver todas as potencialidades do ser humano e na qual todos se educam desde que nascem até a morte. Mas não é ela uma simples extensão do período escolar. O seu conteúdo vai muito além daqueles que apenas visam a ativar a capacidade de entender (meramente intelectual), como no ensino tradicional. Também procura, e com muita intensidade, despertar e fortalecer a afetividade, a comunicabilidade, o amor, a sensibilização à beleza e a convivência harmônica com o próximo. Ado-E E Eta, por isso, como temas prediletos: as relações de família, o relacionamento no trabalho, a integração trabalho-cultura, política, artes, desportos, e até o aprender a envelhecer, a preparação para o fim. Finaliza no aprender a morrer. A principal e mais eficaz agência pedagógica não seria mais a escola, a universidade, mas, sim, a sociedade educadora globalmente considerada, a chamada cidade educativa. Para a educação permanente, o educando é uma totalidade com disposições afetivas, comunicativas, conhecimento, criatividade, etc. É um ser constantemente inquieto submetido a um progresso incessante, mas não egoísta nem competidor. Por isso tudo, a essência do educando é a sua temporalidade, isto é, a permanente disposição à mudança. Como processo de desenvolvimento humano, recomenda a Educação Permanente o esforço contínuo do educando, a constância do movimento mental, emocional e social. Quanto aos fins ou objetivos, são eles sempre provisórios e sujeitos à revisão contínua, mas nunca perdendo de vista o desenvolvimento das virtualidades do ser humano.
Referência:
LOBO, Ney. Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993. 5 v. - v. 1