O Dualismo Psicofísico, que também pode ser denominado como a filosofia do senso comum (Common sense), consiste na proposição de que o homem é composto de duas substâncias distintas: mente e corpo. Ele admite a existência da alma como coisa. A dificuldade do Dualismo Psicofísico consiste em explicar como se relacionam essas substâncias entre si, e os seus adeptos seguem duas soluções distintas: o Interacionismo de Descartes e o Paralelismo de Geaulinex. [...] Os espiritualistas, de um modo geral, são adeptos do Dualismo Psicofísico, embora um número considerável aceite uma proposição unicista, também denominada Monismo, tal como Pietro Ubaldi, os dualistas psicofísicos dizem que o homem se locomove com o corpo físico, mas pensa com a mente, ou alma, etc. Assim, tudo no Universo cai numa dessas duas categorias, ou seja, a dualidade espírito-matéria e a sua correspondente dicotomia mente-corpo. Os antigos gregos já se aprofundavam nessas discussões e criaram conceitos, tais como psykhé e physis. [...] Em última análise, contudo, não se pode afirmar que a Posição Espírita seja uma proposição dualista, no sentido estrito do termo. Segundo ela, o princípio material e o espiritual estão interligados por uma relação unívoca. Não se opõem entre si, mas se complementam. A diferença de nível cria como que um declive, que permite a manifestação e o movimento dos Espíritos, também no plano material. Certamente, esta é a maior vantagem do Espiritismo sobre a maioria dos sistemas tanto religiosos quanto filosóficos. Ele vai além, ao afirmar que o alto e o baixo estão associados às noções de valor moral, de caráter tanto relativo quanto universal, o que conduz à diferença entre o superior e o inferior, ou, como queira, entre o bem e o mal. [...]
Referência:
BALDUINO, Leopoldo. Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. - cap. 1