De um modo geral, porém, parece haver certa concordância com o fato de ser a doença mental o fruto da dissolução ou da imaturação, disgenesia ou desestruturação da totalidade do organismo, levando a um modo de vida regressivo. Assim, a patologia mental constitui uma tentativa de reorganização, por parte do indivíduo, a partir da massa de existência humana subsistente. A Doutrina Espírita vai além, ao estabelecer um componente teleológico para a doença mental, como um mal necessário, imposto por contingências cármicas, como será explicitado mais adiante. Contudo, não se deve cair no exagero de crer que tudo seja cármico. Além das vivências expiatórias, existem as provações e as missões. [...] [...] na obra do autor espiritual Emmanuel Pensamento e vida encontra-se a descrição do que ele denominou “abscessos mentais” (FEB, 1958). No capítulo 22, tem-se que “Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma”. E que “É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica”. [...] Desta maneira, o Espiritismo, além de corroborar a Psicopatologia, amplia os seus horizontes, ao revelar que algumas doenças mentais se prolongam após a morte do corpo físico, e que a etiologia de outras tantas está associada a processos de influenciação por parte de entidades espirituais, tais como obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
Referência:
BALDUINO, Leopoldo. Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. - cap. 8
Ver também
PSICOSCÓPIO