[...] Moisés definira Deus usando desta expressão de imenso alcance na sua simplicidade: “Eu, o Eterno, único eterno, eu sou aquele que é”. Deus é. Sua essência enche o espaço ilimitado; o universo infinito é a sua morada. Não há limites, nem medidas que o possam explicar. Ele é. [...] “Deus é Espírito e, os que o adoram, em espírito é que o devem adorar”. Quis [Jesus] com isto dizer: Deus é inteligência e a inteligência não tem forma palpável. Deus é pensamento e o pensamento não pode ser tocado. Deus é fluido e é, ao mesmo tempo, infinito, por conseguinte não tem corpo que o circunscreva. [...] Deus é Espírito, no sentido de que todo princípio inteligente emana da suprema inteligência. Deus é o Espírito dos Espíritos, indicando estas palavras humanas a superioridade de ser. [...] Deus é inteligência, pensamento e, como tal, criador incriado. É fluido e o fluido universal, que dele parte, com Ele confinando, é o instrumento e o meio de todas as criações, que, no infinito e na eternidade, se operam de acordo com as leis naturais, imutáveis e eternas que Ele mesmo estabeleceu. [...] Deus é o universal princípio inteligente que, por ato de sua própria vontade, atua sobre o fluido universal, operando neste todas as combinações, todas as transformações, de conformidade com aquelas leis imutáveis e eternas. [...] Deus é o princípio exclusivo e único de tudo o que é, luz de tudo o que vê, fertilidade de tudo o que produz. Deus é a causa de todas as causas, que inutilmente os vossos sentidos grosseiros buscam apreender. Essa causa primária, inefável, se acha tão acima de qualquer inteligência, que só os que dela estão próximos a podem compreender.
Referência:
ROUSTAING, J.B. (Coord.). Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação. Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés. Trad. de Guillon Ribeiro. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988. 4 v. - v. 4