Aos dist�rbios do pensamento oriundos do ato de forma��o dos ju�zos d�-se o nome de del�rios. O del�rio de persegui��o, por exemplo, pode existir como um fato real: pol�tico, policial, etc. Contudo, num esquizofr�nico, a viv�ncia persecut�ria surge na mente do doente sem elementos da realidade que justifiquem a mesma. Os servi�os de espionagem desenvolveram t�cnicas psicol�gicas, de uso coordenado, capazes de criar em suas v�timas configura��es pseudodelirantes, em nada distingu�veis dos del�rios patol�gicos. O autor observou um quadro rotulado como esquizofr�nico, em uma m�dica perseguida por motivos de natureza pol�tica. S�o m�todos de tortura cru�is: sendo que na antiga URSS a dissid�ncia pol�tica era considerada sintoma de psicose, podendo levar suas v�timas � reclus�o (vide as �escolas de vingadores�, em A��o e Rea��o, A. Luiz, p�g. 110) Segundo Bleuler, as �id�ias delirantes s�o representa��es inexatas que se formaram n�o por uma causal insufici�ncia da l�gica, mas sim por uma necessidade interior de natureza afetiva�. Segundo Jaspers, os del�rios podem ser prim�rios ou secund�rios, e geralmente se caracterizam por uma convic��o extraordin�ria, pela impermeabilidade � experi�ncia e �s refuta��es l�gicas e pela inverossimilhan�a de conte�do. De acordo com Kurt Schneider, a percep��o delirante ou del�rio prim�rio � a atribui��o de um significado anormal a uma percep��o normal, geralmente no sentido auto-referente, sem que, para isso, existam motivos compreens�veis n�o s� do ponto de vista da raz�o como dos sentimentos. Geralmente possui, para o doente, um significado transcendental, numinoso. A principal caracter�stica do del�rio prim�rio � a incompreensibilidade. Todavia, esse crit�rio de incompreensibilidade varia enormemente de terapeuta para terapeuta. [...] Como, de acordo com a Posi��o Esp�rita, tais quadros ideativos delirante-alucinat�rios podem ser encontrados tamb�m em personalidades espirituais, desprovidas de corpo f�sico, deduz-se que alguns quadros de natureza psicopatol�gica t�m o seu l�cus no c�rebro perispiritual. [...]
Referência:
BALDUINO, Leopoldo. Psiquiatria e mediunismo. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. - cap. 2
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