O cérebro é, sem contradita, associado a todos os nossos pensamentos. O sentimento da virtude mais pura, o espírito de sacrifício, a abnegação absoluta, a adoração mística da divindade, tudo o que pudermos imaginar de mais desprendido da matéria, não é pensado pelo ser humano senão com auxílio do cérebro. Mas o cérebro não é o autor dos pensamentos: é apenas o instrumento. Se quero levantar o braço, se pretendo fazer um juramento, se tomo uma deliberação, é o meu espírito que atua. A causa da ação está nele e não no sistema nervoso e muscular que lhe obedece automaticamente.
Referência:
FLAMMARION, Camille. A morte e o seu mistério. Rio de Janeiro: FEB, 2004. 3 v.: v. 1, 6a ed.; v. 2, 5a ed.; v. 3, 5a ed. - v. 1, cap. 7