[...] [É] grandiosa [a] figura de Sócratesna Atenas antiga.Superior a Anaxágoras, seu mestre, [...] o grande filósofo está aureolado pelas mais divinas claridades espirituais, no curso de todos os séculos planetários. Sua existência, em algumas circunstâncias, aproxima-se da exemplificação do próprio Cristo. Sua palavra confunde todos os espíritos mesquinhos da época e faz desabrochar florações novas de sentimento e cultura na alma sedenta da mocidade. Nas praças públicas, ensina à infância e à juventude o formoso ideal da fraternidade e da prática do bem, lançando as sementes generosas da solidariedade dos pósteros. [...] Sócrates é acusado de perverter os jovens atenienses, instilando-lhes o veneno da liberdade nos corações. Preso e humilhado, seu espírito generoso não se acovarda diante das provas rudes que lhe extravasam do cálice de amarguras. Consciente da missão que trazia, recusa fugir do próprio cárcere, cujas portas se lhe abrem às ocultas pela generosidade de alguns juízes. [...] Senhor do seu valoroso e resignado heroísmo, Sócrates abandona a Terra, alçando-se de novo aos páramos constelados, onde o aguardava a bênção de Jesus.
Referência:
XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. História da civilização à luz do Espiritismo. Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938. 33a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. - cap. 10
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