[...] ela foi formada sem um desígnio premeditado, sem um projeto preconcebido. Alguns amigos se reuniam em minha casa num pequeno comitê; pouco a pouco esses amigos me pediram permissão para apresentar seus amigos. Então não havia um presidente: eram reuniões íntimas, de oito a dez pessoas, semelhantes às que existem às centenas em Paris e alhures. Todavia, era natural que em minha casa eu tivesse a direção do que ali se fazia, seja como dono, seja também em decorrência dos estudos especiais que havia feito e que me davam certa experiência na matéria. O interesse que despertavam essas reuniões ia crescendo, embora não nos ocupássemos senão de coisas muito sérias; pouco a pouco, um a um, foi crescendo o número dos assistentes, de tal forma que o meu modesto salão, muito pouco adequado para uma assembléia, tornou-se insuficiente. Foi então que alguns dentre vós propuseram que se procurasse outro cômodo e que nos cotizássemos para cobrir as despesas, pois não achavam justo que eu suportasse sozinho, como até então ocorria. Entretanto, para nos reunirmos regularmente, além de um certo número e num local diferente, era necessário que nos conformássemos com as prescrições legais, ter um regulamento e, conseqüentemente, um presidente designado. Enfim, era preciso constituir-se uma sociedade; foi o que aconteceu, com o assentimento da autoridade constituída, cuja benevolência não nos faltou. Era também necessário imprimir aos trabalhos uma direção metódica e uniforme, e decidistes encarregar-me de continuar aquilo que fazia em casa, nas nossas reuniões privadas. [...] [...] somos, antes de tudo, uma Sociedade de estudos e de pesquisas, e não uma arena de propaganda. [...]
Referência:
KARDEC, Allan. Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita. Org. por Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 5
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