[...] A resignação consciente é uma modalidade de ação. O homem resigna-se em face do irremediável. Enquanto não se capacita de que tudo está consumado, deve lutar sadiamente pela recuperação de sua ovelha perdida. Mesmo a conformação em face do fato irremediável, sua atitude não deve ser de estéril desalento. É prova de perfeita identificação com os princípios espirítico-evangélico, o cultivo da coragem em face das vicissitudes. [...] A verdadeira resignação é serena e consciente. Ela assume o controle da situação em que se vê envolvida a criatura, dando-lhe meios de raciocinar e aceitar o fato consumado, desde que, efetivamente, não possua elementos para desfazê-lo. Mesmo assim, a resignação, e não o desânimo, pode revestir-se do caráter ativo, reagindo. Como reagir? Fortalecendo-se na prece e exemplificando as lições evangélicas, com o fito de superar a provação que lhe foi imposta pela lei cármica. [...] A resignação real não exclui a possibilidade de a criatura reagir para sobrepor-se à desventura. Tudo depende, evidentemente, da preparação espiritual de cada um, das reservas morais que possua para resguardar-se do desânimo que precede ou sucede ao desespero, quando este parece em condições de adquirir forma. [...]
Referência:
MENDES, Indalício. Rumos Doutrinários. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - A resignação é força espiritual
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