Estando controlado o médium, se queremos falar pelos seus órgãos vocais, pomo-lo numa condição de inteira passividade. É a condição em que ele vem a estar no transe. Seu Espírito deixa o corpo por algum tempo e se coloca ao lado. Uma vez nessa condição, podemos atuar-lhe sobre a laringe, as cordas vocais, a língua e os músculos da garganta. Não operamos no seu interior, mas de pé atrás dele. Podemos colocar-nos na condição do médium, ou afinados com ele, mediante uma extensão que, quando movemos os nossos órgãos vocais, faz que os do médium semelhantemente se movam. Há um elo de conexão, etéreo ou físico, podeis chamar-lhe de um modo ou doutro, que tem a mesma ação sobre os músculos do médium, que um diapasão sobre outro, desde que ambos estejam afinados no mesmo tom. Trabalham assim harmônicas as duas sedes de órgãos vocais. Não há aqui o caso das mensagens serem influenciadas pela mente do médium, porque esta de nenhum modo intervém na operação. Não trabalhamos através da sua mente, mas, diretamente, sobre seus órgãos vocais. Tudo o que vem a exteriorizar-se é tal qual saiu da mente do Espírito que o controla. A mente e o cérebro do médium são postos fora de ação, temporariamente, e o Espírito que opera lhe controla os músculos dos órgãos vocais.
Referência:
FINDLAY, J. Arthur. No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada. Traduzido do inglês por Luiz O. Guillon Ribeiro. Prefácio de Sir William Barret. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1981. - cap. 11
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