Os fenômenos de poltergeist ocorrem tanto à noite como durante o dia, e parecem ser regulados por uma forma qualquer intencional, que se concretiza, às vezes, em uma personalidade oculta capaz de entrar em ligação com os assistentes. É possível, por isso, dialogar com tais personalidades, por meio de um código convencionado – batidas, sinais, etc. –, e com freqüência se percebe que elas são capazes de ler o pensamento dos assistentes. Os fenômenos, por outro lado, estão sempre relacionados com a presença de um sensitivo, mais freqüentemente, uma jovem adolescente, às vezes, um rapazinho. Acresce que, devido a certa espetaculosidade, que é da própria essência do fenômeno, os casos de poltergeist rapidamente viram notícias e começam a ser investigados, quase sempre, por equipes policiais despreparadas, voltadas apenas para a idéia fixa de apanhar o engraçadinho que se empenha em promover aquelas brincadeiras de mau gosto. Enquanto isso, o público leitor que segue as notícias aceita a versão policial e sorri com superioridade daqueles que se dedicam, em seriedade, a pesquisar as causas do fenômeno. De certa forma, porém, esse quadro tem seus méritos, porque, a despeito de toda a vigilância e interesse em apanhar o autor das proezas, os fenômenos continuam a ocorrer e acabam por ficar muito bem documentados nos relatórios da polícia e nas reportagens sensacionalistas. Outra característica do fenômeno – lembra Bozzano – é a sua grande uniformidade, que se mantém em todos os tempos e em todos os lugares. Distinguem-se dos fenômenos normais de assombração por serem de curta duração, enquanto que aqueles, às vezes, duram séculos. Parece também haver neles uma causa local, além de mediúnica, pois freqüentemente eles cessam quando se afasta o médium. Como muito bem observa o eminente cientista italiano, as manifestações são nitidamente intencionais. Inúmeros fenômenos parecem indicar uma clara intenção de criar dificuldades, a fim de assustar e acabar expulsando de uma casa os habitantes que os desencarnados parecem considerar como intrusos. É fácil de compreender tais disposições em seres que desencarnaram, mas não se desprenderam da paixão da posse de seus bens e continuam “do lado de lá” a se sentirem donos de suas casas e dos objetos e móveis com os quais conviveram. Por isso o fenômeno é localizado. Cabe referir, ainda, que Bozzano lembra aqui também a possibilidade de tais ocorrências resultarem não apenas de manifestações essencialmente espíritas, como também anímicas, o que as levaria à classificação de fenômenos de telecinesia, na terminologia parapsicológica. Uma hipótese não exclui a outra, porque elas se completam e podem até coexistir. Em outras palavras: se o Espírito desencarnado é capaz de provocar efeitos físicos, o Espírito encarnado também pode fazê-lo.
Referência:
MIRANDA, Hermínio C. Nas fronteiras do Além. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 4
Ver também
Espírito turbulento - Espírito perturbado - Espírito perturbado - Espírito perturbador - Espírito perturbador
« Página Anterior 5 de 5