[...] Parte essencial do complexo humano, o perispírito ou psicossoma se constitui de variados fluidos que se agregam, decorrentes da energia universal primitiva de que se compõe cada orbe, gerando uma matéria hiperfísica, que se transforma em mediador plástico entre o Espírito e o corpo físico. [...] Revestimento temporário, imprescindível à encarnação e à reencarnação, é tanto mais denso ou sutil, quanto evoluído seja o Espírito que dele se utiliza. [...] Não é uma condensação de caos elétrico ou de forças magnéticas, antes possui estrutura própria, maleável, em algumas circunstâncias tangível – como algumas materializações de desencarnados, nas aparições dos vivos e dos mortos; atuante – nos transportes, nas levitações; ora ponderável, podendo aumentar ou diminuir o volume e o peso do corpo; ora imponderável, como ocorre nas desmaterializações e transfigurações. [...] Desde as apreciáveis lições do Vedanta quando apareceu como Manu, Mãyã e Kosha, era conhecido no Budismo esotérico por Kama-rupa, enquanto no Hermetismo egípcio surgiu na qualidade de Kha, para avançar, na Cabala hebraica, como manifestação de Rouach. Chineses, gregos e latinos tinham conhecimento da sua realidade, identificando-o seguramente. Pitágoras, mais afeiçoado aos estudos metafísicos, nominava-o carne sutil da alma e Aristóteles, na sua exegese do complexo humano, considerava-o corpo sutil e etéreo. Os neoplatônicos, de Alexandria, dentre os quais Orígenes, o pai da doutrina dos Princípios, identificava-o como aura; Tertuliano, o gigante inspirado da Apologética, nele via o corpo vital da P alma, enquanto Proclo o caracterizava como veículo da alma. [...]. Na cultura moderna, Paracelso, no século XVI, detectou-o sob a designação de corpo astral, refletindo as pesquisas realizadas no campo da Química e no estudo paralelo da Medicina com a Filosofia, em que se notabilizou. Leibniz, logo depois, substituindo os conceitos panteístas de Spinoza pela teoria dos átomos espirituais ou mônadas, surpreendeu-o, dando-lhe a denominação de corpo fluídico. [...] Perfeitamente consentâneo aos últimos descobrimentos, nas experiências de detecção por efluvioscopia e efluviografia, denominado corpo bioplasmático, o apóstolo Paulo já o chamava corpo espiritual, conforme escreveu aos Coríntios (1a Epístola, 15:44), corpo corruptível, logo depois, na mesma Epístola, verso 53, ou alma, na exortação aos companheiros da Tessalônica (1a Epístola, 5:23), sobrevivente à morte.
Referência:
FRANCO, Divaldo P. Estudos espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 7a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999. - cap. 4
Ver também
DUPLO - Corpo astral - IMPUREZA - KA - MEDIADOR PLÁSTICO