Literatura mediúnica Comecemos por uma premissa: não devemos aceitar nem rejeitar sistematicamente tudo quanto vem do Alto. A respeito de livros e mensagens do Além, há duas posições que nos parecem muito sistemáticas, senão inconvenientes: há os que absolutamente repelem qualquer mensagem, qualquer trabalho mediúnico quando não conhecem o grupo, o ambiente onde a mensagem foi recebida; e há os que aceitam tudo, sem exame, sem crítica, apenas porque vem do Alto. De um lado e do outro, há, evidentemente, exagero, porque é sempre necessário que prevaleça, antes de tudo, o bom senso. Não devemos aceitar como verdade tudo quanto nos dizem certos Espíritos, ainda que o façam em boa forma literária. O próprio Allan Kardec rejeitou muitas comunicações que não estavam de acordo com o bom senso e com os conhecimentos universais. Sem prejuízo desta orienta-L L ção, que é mais lógica, mais aconselhável, não devemos repelir tudo imediatamente, sem exame. [...] Queremos dizer com isto que na literatura mediúnica, embora haja muitas idéias que não podemos aceitar imediatamente, há muitos conceitos aceitáveis, muitas páginas que nos dão coragem, que nos reerguem espiritualmente. Não devemos, portanto, condenar tudo, apenas porque não conhecemos a fonte. Devemos ler tudo e raciocinar.
Referência:
AMORIM, Deolindo. Análises espíritas. Compilação de Celso Martins. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 8
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